Carlos Mérida e Estuardo de León compartilham uma amizade de quase 15 anos. Tanto o goleiro como o ala são remanescentes da seleção da Guatemala que disputou, como anfitriã, a Copa do Mundo de Futsal da FIFA 2000. Uma equipe e um torneio que marcaram o início do que hoje é o futsal no país.
Para ambos os jogadores, a Tailândia 2012 representa a terceira experiência em Mundiais, já que eles também lideraram o combinado centro-americano no Brasil 2008. Resta saber se esta será a última participação da dupla. "Para mim, sim", responde com firmeza De León, capitão e cérebro da seleção na vitória por 5 a 2 sobre a Colômbia na estreia. "Sei que fazemos parte de uma geração que conquistou coisas importantes, mas também que chegou a hora de dar lugar aos jovens. E qual melhor maneira de fazer isso do que após a Copa do Mundo?", lança o jogador de 35 anos ao FIFA.com.
Mérida, de 34 anos, também desempenhou um papel fundamental na virada diante dos colombianos, com defesas decisivas, sobretudo no pênalti marcado contra os guatemaltecos no primeiro tempo. Assim como De León, porém, o goleiro não esconde que a hora da despedida se aproxima. "A renovação está a caminho", explica. "Há seis ou sete jogadores da equipe de 2008, além de jovens de 21 ou 22 anos que estão trabalhando bem. Então, podemos pendurar as chuteiras com tranqüilidade."
Embora joguem em times diferentes na liga semiprofissional da Guatemala, os dois veteranos se conhecem e se dão muito bem. Mas, em que pese a longa parceria na seleção, Mérida é rápido em apontar outro motivo para a sintonia da dupla. "Viemos de bairros muito humildes e temos consciência de que encarnamos o sonho de todo menino, que é sair de lá e chegar a uma Copa do Mundo", diz o goleiro. "É uma dádiva de Deus."
De olho na Rússia
O susto da estreia contra a Colômbia passou, mas deixou lições importantes para o difícil duelo com a Rússia. "Precisamos ter cuidado com a falta de atenção, porque nem sempre vamos conseguir tirar uma desvantagem de dois gols", reconhece De León. "Mas o fato de termos virado o placar nos dá uma confiança ainda maior."
Mérida também falou sobre o próximo adversário. "Imagino um jogo bem diferente do último, já que a Rússia pressiona muito e na frente. Será fundamental que a equipe tenha a posse de bola e a mantenha no chão, porque eles são muito altos. Sabemos que podemos jogar de igual para igual e, apesar da capacidade técnica deles, temos uma vantagem: conhecemos os russos melhor do que eles nos conhecem", avisa o ala.
Uma vitória colocaria a Guatemala diretamente nas oitavas de final. "Esse é o nosso objetivo e, se o alcançarmos, podemos considerar que cumprimos a nossa missão", comenta De León, antes de se despedir. "Isso não significa que nos falte ambição, apenas que somos realistas. Também ficaremos muito felizes se conseguirmos chegar às quartas de final", conclui.
Fifa.com
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