Em um jogo bastante equilibrado, o talento de Ricardinho vinha fazendo a diferença. O craque português teve uma atuação brilhante no primeiro tempo e era decisivo na vitória parcial de Portugal. Mas a Itália mostrou muito brio nesta quarta-feira e conseguiu uma grande virada, vencendo por 4 a 3 pelas quartas de final da Copa do Mundo de Futsal da FIFA Tailândia 2012.
O craque português, admirador declarado do brasileiro Falcão, não só anotou um hat-trick, como fez esses gols em belíssimo estilo. Especialmente no segundo gol, em que comprovou o porquê de ter uma tatuagem com o nome do astro brasileiro, ao finalizar com inventividade e elasticidade impressionante dentro da área, encantando a torcida no Nimibutr Stadium, em Bangcoc.
Mas nem o seu talento foi suficiente para garantir a classificação. A Itália teve paciência e, com a fundamental entrada do goleiro-linha Gabriel Lima no final, conseguiu se recuperar, para manter a invencibilidade diante dos portugueses. Neste ano, os dois países já haviam se enfrentado pelo cameponato europeu, e a Azurra tambem havia levado a melhor na ocasião, por 3 a 1. Eles agora enfrentam o vencedor de Espanha x Rússia na semifinal.
O show começou
Ricardinho abriu sua contagem logo aos dois minutos de jogo em ótima jogada individual. Ele avançou com a bola pelo centro da quadra, deu uma gingada na frente de Márcio Forte, puxou para a perna direita e chutou forte, rasteiro, no canto direito do goleiro Stefano Mammarella, sem chances.
O segundo foi ainda mais bonito, aos 11 minutos, com o craque saltando muito e se esticando para chutar a bola em uma altura acima de sua cabeça. Um lance de muito talento, aproveitando rebote de Mammarell, após finalização de Arnaldo.
Sem piedade, Ricardinho ainda fez o terceiro com apenas oito segundos rodados no cronômetro, dessa vez completando cruzamento rasteiro de Cardinal, afundando a bola na rede.
O senão para os portugueses no primeiro tepo, porém, veio logo em seguida, com a expulsão do artilheiro Cardinal devido a um segundo cartão amarelo. Um jogador que fez muita falta na segunda metade da partida.
A reação
No segundo tempo, a Itália marcou seu primeiro gol, de pênalt,i no comecinho, aos 21 minutos, nos pés do goleador Saad Assis. A partir daí, pressionou o adversário, mas não conseguiua criar muitas chances. E, quando as oportunidades vieram, o goleiro André Sousa estava atento, confiante, para defender sua seleção.
A busca pelo placar só ficou mais interessante quando a Azzurra resolveu adotar a tática do goleiro-linha. Com cinco minutos restantes, Gabriel Lima desempenhou essa função com perfeição. Ele acelerou o toque de bola italiano e facilitou a movimentação de seus companheiros. de quebra, anotou o segundo gol, aos 37.
O gol de empate, então, saiu com 46 segundos no cronômetro. Numa ótima troca de passes, a assistência veio do fundo da quadra, do lado esquerdo, para Rodolfo Fortino completar dentro da área: 3 a 3.
Na prorrogação, Humberto Honório decretou a virada, em uma jogada individual pela direita. Ele puxou para o centro e encheu o pé com a canhota, num chute cruzado, sem chance para André Sousa. A Itália estava mais inteira fisicamente e, uma vez assumido o controle do placar, controlou bem sua vantagem, mesmo diante de um adversário com Gonçalo fazendo o papel de goleiro-linha.
O que eles disseram
"Foi uma partida de muitas emoções e, primeiro de tudo, devo parabenizar Portugal, que jogou muito bem e nos causou muitos problemas. Foi apenas com muita determinação que viramos o jogo a nosso favor, e só posso enaltecer meus jogadores por sua força técnica e mental. É na situação mais difícil que que você deve mostrar sua personalidade na quadra, e foi só desta maneira que superamos as dificuldades impostas para nós."
Roberto Menichelli, técnico da Itália
"É difícil encontrar palavras para expressar como nos sentimos. Perder uma vantagem de três gols é, claro, um desfecho muito ruim para nós, e não consigo explicar por que isso aconteceu. Estamos muito, mas muito triste deixar o torneio desta maneira, e acho que merecíamos mais do que voltar para casa depois das quartas de final. No geral, acho que foi um torneio muito bom para nós, mas esperávamos um pouco mais."
Cardinal, atacante português.
Fifa.com
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