domingo, 14 de outubro de 2012

Brasil: lidando com o favoritismo de sempre




O fato de ser a atual campeã mundial e de ser considerada abertamente a equipe mais forte do planeta teria tudo para ser um elemento de pressão para a seleção brasileira dirigida por Marcos Sorato, o Pipoca. Há, no entanto, uma atenuante: quase sempre é assim. Os brasileiros estão acostumados a serem favoritos, e seu treinador olha com atenção para a dificuldade que a equipe teve para conquistar o título mundial em casa, em 2008, ao preparar o grupo que busca o pentacampeonato na Copa do Mundo de Futsal da FIFA Tailândia 2012, entre os dias 1º e 18 de novembro.

"Daquela vez (no Mundial de 2008), a situação era diferente, com outra equipe", explica Sorato ao FIFA.com. "As partidas contra a Rússia, na semifinal, e contra a Espanha, na final, foram extremamente complicadas. Na Tailândia, temos que dar um passo de cada vez. Sabemos que somos favoritos, mas juntamente com outras seleções. A definição acontece dentro das quatro linhas e não tem nada a ver com a história ou com as palavras."

Segundo o treinador brasileiro, a concorrência será ainda maior neste Mundial. "A Espanha, que tem um excelente treinador e jogadores excepcionais, é com certeza uma das melhores seleções do mundo. Além deles, não tenho dúvidas de que os russos também fazem parte dos grandes favoritos. E não devemos nos esquecer de Irã, Itália, Argentina e Paraguai, muito menos subestimar os portugueses."

Já na fase de grupos, a seleção brasileira terá pela frente Portugal — cuja melhor campanha na história da competição foi um terceiro lugar alcançado com a vitória sobre a Rússia na edição de 2000, após perder do Brasil na semifinal. Além dos portugueses, o Grupo C conta com o Japão, atual campeão asiático, e a Líbia.

"Esse é o grupo mais equilibrado de todo o Mundial", analisa Sorato. "Em 2010, enfrentamos a Líbia, que é uma equipe considerada mais fraca em relação às outras, e vencemos por um placar apertado de 2 a 1. O Japão, campeão asiático, tem no banco Miguel Rodrigo, um grande treinador. Já Portugal, por sua vez, não é somente um conjunto de qualidade, mas um candidato ao título."

A modéstia do treinador brasileiro não é infundada. Nas eliminatórias para o Mundial, disputadas em casa, a equipe de Sorato conseguiu somente um insatisfatório terceiro lugar, depois de ter sido caído diante do Paraguai na semifinal. "É claro que a decepção foi enorme, principalmente por causa das grandes expectativas da torcida brasileira", relembra. "Porém, o Paraguai tem um grande treinador, Fernando Ferretti, além de jogadores de muita qualidade."

Com a experiência adquirida nas eliminatórias sul-americanas e a modéstia exibida pelo treinador da seleção tetracampeã mundial, não restam dúvidas de que o Brasil está no caminho certo rumo à taça. Mas Sorato ainda cita um último ponto a favor: "O Brasil é um dos melhores países, se não o melhor, na formação de jogadores — não só de futsal, mas de todas as modalidades de futebol."

Humildade demais antes de uma Copa do Mundo pode não fazer muito bem a um favorito. Os brasileiros sabem a força que possuem, mas não se esquecem da qualidade dos adversários. E é justamente para os rivais que essa mistura pode se tornar um problema.

Fonte: Fifa.com

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