Segundo o diretor de arbitragem da LOFS, Alexsandro de Souza Lira, a vinda de Michel, que é da FIFA e da Confederação Brasileira, é importante no projeto de integrar os árbitros osasquenses com os quadros nacionais e internacionais, melhorando a qualidade no comando dos jogos. Vale lembrar que nomes como Renata Leite, Roberto Marietto e Nílson Carlos do Nascimento estão vindo constantemente à Osasco mostrar o seu trabalho dentro das quadras.
* Antes de apitar, foi atleta e treinador
Natural de Santos, em 06/08/1972, Michel começou sua vida no futsal como atleta em 1985, praticando por 10 anos. Em 1990, passou a conciliar com a função de técnico. Comandou o forte time da Marvel (Santos) entre 1990 e 1995, trabalhando nas categorias menores e também na Principal; depois, comandou o Nacional da capital, de 1995 a 2000, apenas nas menores. Para ele, "ser atleta e treinador foi fundamental para me qualificar melhor como árbitro; eu entendo a cabeça de ambos porque já estive no lugar deles".
Em 2000, começou na arbitragem na Liga Regional do Litoral Paulista. Em apenas dois anos atingiu o quadro nacional. A ida para a FIFA foi em 2008 e, já no segundo ano de atividade, foi escolhido como o melhor do planeta. "Quando lembro disso, não tenho nem palavras. Foram quatro edições da premiação para árbitros (entre as 10 que o site realizou para o futsal em geral) e eu fui o primeiro brasileiro eleito. Confesso que jamais achava que passaria por algo assim. Ir para a FIFA é considerado o topo e, depois do topo, vem o declínio; tive a felicidade de, comigo, não ser assim", declarou.
E Michel tem outros momentos importantes na carreira. Com orgulho, lembra que participou de quatro semifinais e finais seguidas da Liga Futsal (de 2007 a 2010), assim como recorda da decisão dos Jogos da Lusofonia em 2009, quando o Brasil venceu Portugal por 2 a 1. "Em competições internacionais, as nações envolvidas em semifinais e finais têm seus árbitros descartados, para que sejam neutros. E, nessa final, foi diferente: escolheram um português e um brasileiro, e eu que representei o meu país", afirmou.
* Estilo respeitado no Brasil e no mundo
Michel tem um estilo de arbitragem que é considerado maleável ou diplomático, pois ele entende que cada local e campeonato tem sua cultura: "A cultura é sempre diferente, e temos que entender isso. Cada Liga, Federação e até país tem uma visão diferente da arbitragem - não há certo e errado nisso. Não é complicado para entender: há locais em que é difícil comandar um jogo, e temos que agir com respeito para que tudo transcorra normalmente. O árbitro nunca pode achar que é sempre o mesmo jogo, pois cada partida é uma história".
E, para quem pretende seguir o caminho da arbitragem, o melhor do mundo tem seus conselhos: "Arbitrar é benéfico, mas não se pode viver disso. Afinal, aos 50 anos começamos a ter que deixar alguns quadros importantes, sejam nacionais ou internacionais, sem ter construído um futuro. Aconselho que, paralelamente ao futsal, o árbitro tenha outra atividade profissional".
Nisso, Bonnaud pensa em prevenir para que o aspecto financeiro não atrapalhe a arbitragem dos jogos. "Se o árbitro tem uma outra atividade para ganhar dinheiro, ele vai para a quadra concentrado apenas no jogo, sem ficar pensando na taxa de arbitragem ao fim da partida. O oficial não pode ir para a quadra só porque necessita daquilo financeiramente. Caso contrário, apitará várias partidas e ficará cansado a troco de 100 reais no fim do dia, não conseguindo fazer um bom trabalho. Não se deve estar 24 horas em quadra, mas sim apitar o suficiente", finalizou.
Com toda essa visão de arbitragem, não é à toa que Michel está sempre presente nos jogos e competições mais importantes do salonismo nacional e mundial. Em Osasco, Michel apitou partidas de várias categorias na tarde de sábado (12), no Ginásio Geodésico, e na manhã de domingo (13), no Ives Tafarello - com uma boa noite de descanso no meio.
Vejam o link da eleição de Bonnaud como melhor do mundo:
http://www.futsalplanet.com/news/news-01.asp?id=12181
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