sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Confira a entrevista exclusiva com treinador português Paulo Marques


Confira a entrevista com treinador português Paulo Marques, 32 anos, integrante da equipe principal de futsal  do Clube Associação Desportiva de Travassô e também responsável pela Escola de Futsal que integra crianças de 4 a 10 anos de ambos os sexos.


Perfil
Nome: Paulo Jorge Silva Marques
Nascimento: 25 Maio 1980
Nacionalidade: Portuguesa
Naturalidade: Aveiro
Clubes: CRECUS, Sport Club Beira Mar, Escola Futsal Geração Benfica, Associação Desportiva de Travassô

«Precisamos de qualidade e resultados. Triunfo sem qualidade é aborrecido; qualidade sem triunfo não faz sentido.»

1. Como surgiu essa vontade para o esporte em especial o futsal? 
Paulo Marques -  A vontade para o desporto surgiu como quase em todos os casos, em criança, na escola, com os amigos. O futsal veio depois com o tempo, pois inicialmente a idéia era o futebol de 11. Um dia na escola formaram uma equipa para o desporto escolar que visava participar no campeonato de futsal, uma vez que a nível federado, nessa altura ainda não havia futsal em Portugal. Fiz um treino e acabei por ficar…até hoje, com alguns interregnos pelo meio!

2. Você teve incentivo da sua família? 
R – Bom da família não tive muito incentivo, porque os meus pais queriam era que eu estudasse, para poder tirar um Curso. Enquanto foi possível fui conciliando as 2 coisas, mas quando entrei na Faculdade em 1999 tive de deixar o futsal de lado durante 4 anos. Nessa altura não joguei nem treinei.

3. Você joga na mesma equipe onde treina as categorias de base, na Associação Desportiva de Travassô, como você chegou na equipe, nos fale sobre isso.
R: Bom, eu já vou para a minha 5ª época no Travassô. O convite surgiu através de um amigo que na altura jogava lá. O Clube estava a precisar de um treinador para começar um novo projecto de base com a categoria de Benjamins e eu estava disponível porque tinha optado por sair do Clube onde estava, no caso o Beira Mar. Então o entendimento foi fácil e começamos a trabalhar. Inicialmente foi só como treinador. Esta época a vontade de voltar a jogar era grande e como tal fiz uns treinos com o plantel e acabei por ser integrado na equipa Sénior. Neste momento, jogo nos Seniores, treino os Iniciados e sou responsável pela Escola de Futsal do Clube que integra crianças dos 4 ou 10 anos de ambos os sexos.

4. Qual sua metodologia? Você sempre quis trabalhar com crianças?
R – Nesta altura só tenho trabalhado com crianças por opção. Gosto bastante de trabalhar com jovens, vê los crescer e ajuda los nesse processo. É importante formar jogadores, mas mais importante ainda é formar homens, porque muito poucos vão ter a possibilidade de fazer do futsal a sua vida. No Clube onde treino o objectivo das camadas jovens é alimentar a equipa Sénior. Formar atletas com “ADN” do clube, com a idéia de jogo do clube, pois não a dinheiro para aquisições. Depois se conseguirmos ir lançando os atletas para outras equipas com mais visibilidade é óptimo, é sinal que o nosso trabalho está a ser bem feito.

5. Na sua opinião quais os requisitos para ser um bom jogador de futsal e treinador?
R – Primeiro que tudo é preciso competência. Sem esse ingrediente nada feito. Depois trabalho, muito trabalho. Quem não tiver disposição para trabalhar dificilmente vai alcançar alguma coisa. Humildade é um dos pilares do sucesso e por ultimo, mente aberta. Temos de estar preparados para evoluir, para a mudança constante do jogo. Devemos ter convicções, mas não podemos fazer destas verdades absolutas.

6. Quem é o seu maior ídolo na função de treinador?
R – Não tenho um ídolo como treinador. Posso dizer que quando comecei como treinador admirava muito o Zego. Os primeiros artigos sobre futsal que li foram de sua autoria. Últimamente aqueles que mais admiro e que ao mesmo tempo vou seguindo com mais atenção o seu trabalho, as suas publicações, as suas idéias são os espanhóis Jesus Candelas, Venancio Lopez e o brasileiro Fernando Ferretti.

7. O que precisa ter um treinador para ter sucesso na carreira?
R – Para se ter sucesso é necessário sobretudo, como já referi acima, competência! Essa é a palavra-chave! Sem competência dificilmente alguém chega algum lado. Podemos ser muito simpáticos, muito trabalhadores, muito organizados, mas se não formos competentes não vamos a lado nenhum. A sorte também é um factor que poucos gostam de falar, mas que também é importante. Muitas vezes basta uma oportunidade para um treinador ou um atleta ter possibilidades de mostrar aquilo que vale. Portanto vou incluir aqui também  o factor sorte para se almejar uma carreira de sucesso!

8. Como você vê a modalidade em Portugal e no mundo?
R – Em Portugal vejo – a como uma modalidade em expansão. Nesta altura é já a modalidade de Pavilhão com mais praticantes. Assistiu se nos últimos anos a um grande boom. Agora é necessário que as estruturas federativas e directivas saibam acompanhar este crescimento. À que criar condições de treino, dar formação a treinadores, ajudar os clubes para que estes possam criar melhores condições de treino para os seus atletas. Até pelo contexto de crise mundial que estamos a atravessar esta ajuda torna se ainda mais necessária e urgente.

Em Portugal penso também que uma redefinição dos quadros competitivos, no que aos escalões de formação diz respeito, se torna imperiosa devido ao grande número de equipas existentes, por forma a termos mais competitividade e com isso melhores resultados futuros dos nossos atletas. Em termos globais o futsal está agora a ganhar mais visibilidade. Existem uma série de países emergentes sobretudo na Ásia e Europa de Leste e até mesmo no Médio Oriente que tornam o Futsal numa modalidade de cariz Mundial e que na minha opinião começa a justificar ser por exemplo Modalidade Olímpica!

9. Quais seus planos e projetos para o futuro?
R – Os meus planos para o futuro passam sobretudo por melhorar enquanto treinador. Aprofundar os meus conhecimentos. É claro que ambiciono chegar a um clube de topo em Portugal. Esse é o sonho de todos os treinadores. Mas nesta altura penso que para melhorar o ideal seria experimentar novas realidades, ou seja, uns país diferente, com um futsal diferente, que me coloque desafios novos.



Acesse - http://paulomarquesfutsal.blogspot.pt/
                http://travasso-iniciados.blogspot.pt/

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