Livro Roger Augusto apresentado pelo jornalista José Silva
Decorreu na sala dos CTT no passado dia 29 de Junho a apresentação do livro “Planifi cação e Direcção Estratégica Desportiva” edição da Macaronésia, com a presença de inúmeros treinadores de futsal da nossa ilha, dirigentes desportivos e amigos. Para apresentar este livro estiveram presentes, na mesa de honra, a directora dos CTT de Ponta Delgada, em representação da editora Alberto Peixoto e José Silva jornalista que descreveu a obra apresentada. Na ocasião, o credenciado jornalista referiu que “Roger Augusto é muito mais do que um treinador de futsal. Preocupa-se com a planificação e com as estruturas dos clubes, dando contributos para que se verifi quem melhorias acompanhando a subida das exigências desportivas.
Fotos: José Araújo
Roger Augusto chegou com a ambição de ajudar a reformular o modelo convencional do clube. Tentou, mas não é tarefa acessível. Para proceder-se a uma transformação tornam-se necessárias a vontade, a compreensão, a ajuda e que as estruturas estejam assentes numa organização cimentada. Aqui residem as dificuldades. Os clubes e alguns dirigentes não estão preparados para romperem com o passado e entenderem que o rumo terá de ser diferente. Mesmo antes desta crise que veio condicionar e enfraquecer a sua condição de clube virado para um modelo competitivo que será cada vez mais destinado a poucos. E mesmo estes, estão a desaparecer em Portugal. Este livro ajudar-nos-á a perceber como se deve mudar e porque se deve mudar. Roger Augusto aponta a planifi cação e a programação como conceitos essenciais.
Fotos: José Araújo
Um pensamento susceptível de angariar discussões e opiniões diversas assenta no pressuposto que o treinador coloca sem sofi smas, mas por convicção: “os clubes esperam do poder local mais do que este lhes pode dar”. No papel cultural, enaltece que um clube é merecedor da mesma consideração que o clube de teatro, assim como o espectáculo desportivo tem tanto interesse como o espectáculo de ópera. Esta comparação é pertinente. Muitos dos comentadores de outras áreas, fartam-se de desvirtuar as conquistas do desporto.
Estas atitudes, repetitivas, não ajudam a reaproximação das pessoas aos clubes. Passam o ano, enfatizados, mas sob uma capa de hipocrisia, a condenar o “mundo primário” do desporto, principalmente aquele que em Portugal ainda vai tendo adeptos, mas que se joga com os pés. Para essas pessoas, quem pratica ou quem assiste é classifi cado como menor. A importância reduz-se assustadoramente quando então se tratam de clubes com a dimensão dos nossos. As críticas aos apoios concedidos ao desporto sucedem-se, mas quando lhes toca os cortes das mordomias ou dos seus interesses pessoais, aí o caso muda de figura.
Roger Augusto conclui que os clubes devem ter a coragem necessária para enfrentarem os novos tempos, sem abandonarem as origens, lançando um novo desafi o: terem a audácia de rejuvenescer os quadros de dirigentes e procurarem satisfazer os anseios da população, de modo a que se sintam atraídos, por exemplo, ao frequentarem as instalações e de utilizarem a imagem do clube. Refi ra-se que em 10 anos como técnico, passando pelas três divisões nacionais em que se insere o futsal, Roger Augusto já orientou 251 jogos, conquistando 141 vitórias, empatando 27 vezes e perdendo 81 desafi os. Aqueles que olham para o desporto açoriano na sua plenitude, têm pena de ver partir um treinador com as suas capacidades. A vida é assim. Fechou-se um ciclo. Mas fique com a certeza de que o seu nome ficará na história do futsal nos Açores. Não será qualquer outro que conseguirá, em cerca de 4 anos, conduzir um clube de uma terceira até à primeira divisão”. Obrigado Roger Augusto.
fonte: Correio dos Açores, 6 de Julho 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário